
Hiperplasia prostática pode causar impotência?

Um dos grandes receios do homem que se submete a qualquer cirurgia de próstata, é a perda da função sexual. Vou esclarecer se a cirurgia no tratamento de Hiperplasia Prostática pode causar disfunção erétil.
A Hiperplasia Benigna da Próstata acomete 50% dos homens com mais de 50 anos e 90% dos homens com mais de 90 anos. Os sintomas mais comuns são dificuldade para urinar como jato fraco, esforço, gotejamento, ou urgência para ir ao banheiro, micções muito frequentes durante o dia ou à noite, sangramento na urina, entre outros.
A relação entre a próstata aumentada (HBP) e a impotência sexual é um dos temas que levanta muitas questões e incertezas. Ambos os problemas afetam a qualidade de vida dos pacientes, e sua combinação causa medo nos pacientes para possíveis tratamentos. Vou esclarecer alguns pontos sobre essa relação, continue a leitura e confira!
Qual a relação entre a HBP e a Disfunção Erétil?
A próstata e a capacidade de ereção apresentam mecanismos distintos. A próstata tem um papel fundamental no processo de ejaculação, ela produz parte do líquido do qual se forma o esperma, ajudando a alimentar e proteger os espermatozoides, mas não há uma relação direta com a ereção.
Com isso, observamos que a função sexual do homem depende da interação normal dos seguintes sistemas: Hormonal, Neurológico, Vascular (arterial e venoso) e Psicológico. Então, qualquer alteração em algum deles pode causar algum tipo de disfunção, resultando na impotência.
Embora algumas doenças prostáticas possam interferir na sexualidade, normalmente não representam causas diretas. Portanto, a próstata aumentada por si só não causa impotência, a não ser quando ocorre uma compressão dos nervos responsáveis pela ereção, mas alguns dos tratamentos para as doenças deste órgão, no entanto, podem causar impotência.
Quais tratamentos podem causar Disfunção Erétil?
A HBP é uma doença que possui uma grande variedade de tratamentos que embora resolvam a condição, podem apresentar alguns efeitos secundários a nível sexual, relacionado à capacidade de ereção. O tratamento medicamentoso, por exemplo, é um dos que possui mais efeitos secundários que podem afetar a líbido (desejo sexual), assim como o mecanismo de ejaculação.
Quanto a métodos cirúrgicos, sejam abertos ou endoscópicos, apresentam baixos riscos de disfunção erétil, embora acarretem riscos quanto à ejaculação. Ainda assim, nem todos os métodos apresentam consequências sexuais.
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Afinal, a cirurgia no tratamento da HPB pode causar impotência?
Hoje as técnicas cirúrgicas evoluíram bastante e permitem maior ampliação visual, liberdade de movimentos e precisão por parte do cirurgião. A cirurgia robótica, possibilita ao médico isolar os feixes de vasos sanguíneos e de nervos cavernosos e, assim, preservar ao máximo tanto o esfíncter da uretra, que controla as micções, quanto a capacidade do homem ter ereção.
Apesar dos avanços, pelo menos metade dos homens que passam pela prostatectomia (um dos procedimentos mais indicados para o tratamento da Hiperplasia Prostática Benigna), costuma ter necessidade de um período de reabilitação para a retomada das funções temporariamente perdidas.
Para recuperar plenamente a continência da urina, estimam-se de três a seis meses de fisioterapia e exercícios apropriados, que envolvem o períneo, estrutura que envolve a genitália e o ânus. Apesar dessa estratégia surtir efeitos benéficos, nos casos mais resistentes, é necessário implantar um esfíncter artificial.
Já o retorno das ereções depende de outros fatores, incluindo doenças preexistentes – diabetes, colesterol elevado e tabagismo, por exemplo – e fatores psicológicos. De qualquer modo, há um protocolo para reabilitar a função sexual, o qual começa com medicamentos orais para facilitar a entrada de sangue no pênis, uma espécie de fisioterapia medicamentosa, a fim de manter a oxigenação do pênis.
Diagnóstico Precoce e Atendimento Especializado
Concluo que aliando a cirurgia para a HPB e o pós-operatório correto, é possível evitar possíveis consequências da disfunção erétil. Ressalto também a importância de um diagnóstico precoce.
Quando é descoberta numa fase inicial, pode ocorrer de nem ser necessário recorrer a terapêuticas médicas ou cirúrgicas, mas sim efetuar o acompanhamento ativo da evolução da doença. Diminuindo assim o risco do paciente desenvolver consequências sexuais dos tratamentos efetuados.
Mas o primeiro passo depende sempre do paciente. Então, ao perceber os primeiros sintomas, procure imediatamente um especialista para ter um aconselhamento completo e personalizado, que lhe indicará o caminho mais favorável a seguir.
Para saber mais sobre o tema, entre em contato comigo. Será um prazer lhe ajudar!













